Quando
observo que tudo
quanto cresce
Desfruta a perfeição
de um só momento,
Que neste palco
imenso se obedece
A secreta influição
do firmamento;
Quando percebo que
ao homem, como a
planta,
Esmaga o mesmo céu
que lhe deu glória,
Que se ergue em
seiva e, no ápice,
aquebranta
E um dia enfim se
apaga da memória:
Esse conceito da
inconstante sina
Mais jovem faz-te
ao meu olhar
agora,
Quando o tempo se
alia com a Ruína
Para tornar em
noite a tua
aurora.
E crua guerra
contra o Tempo
enfrento,
Pois tudo que te
toma eu te
acrescento.
Outra
versão deste
poema:
Quando
penso que tudo o
quanto cresce
Só prende a
perfeição por um
momento,
Que neste palco é
sombra o que
aparece
Velado pelo olhar
do firmamento;
Que
os homens, como as
plantas que
germinam,
Do céu têm o que
os freie e o que
os ajude;
Crescem pujantes
e, depois,
declinam,
Lembrando apenas
sua plenitude.
Então
a idéia dessa
instável sina
Mais rica ainda te
faz ao meu olhar;
Vendo o tempo, em
debate com a ruína,
Teu
jovem dia em noite
transmutar.
Por teu amor com o
tempo, então,
guerreio,
E o que ele toma,
a ti eu
presenteio.
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