Trazes o
vestido novo
Como quem sabe o que
faz.
Como és bonita entre o
povo,
Mesmo ficando para trás!
A tua boca de riso
Parece olhar para a
gente
Com um olhar que é
preciso
Para saber que se sente.
A laranja que escolheste
Não era a melhor que
havia.
Também o amor que me
deste
Qualquer outra mo daria.
Se o sino dobra a
finados
Há de deixar de dobrar.
Dá-me os teus olhos
fitados
E deixa a vida matar!
Por muito que pense e
pense
No que nunca me
disseste,
Teu silêncio não
convence.
Faltaste quando vieste.
Tome lá, minha menina,
O ramalhete que fiz.
Cada flor é pequenina,
Mas tudo junto é feliz. |
A vida é pouco aos
bocados.
O amor é vida a sonhar.
Olho para ambos os lados
E ninguém me vem falar.
Dei-lhe um beijo ao pé da boca
Por a boca se esquivar.
A idéia talvez foi louca,
O mal foi não acertar.
Compras carapaus ao cento,
Sardinhas ao quarteirão.
Só tenho no pensamento
Que me disseste que não.
Duas horas te esperei.
Duas mais te esperaria.
Se gostas de mim não sei...
Algum dia há de ser dia ...
Tenho um desejo comigo
Que me traz longe de mim.
É saber se isto é contigo
Quando isto não é assim.
Leve vem a onda leve
Que se estende a adormecer,
Breve vem a onda breve
Que nos ensina a esquecer.
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