Quando é
o tempo do trigo
É o tempo de trigar,
A verdade é um postigo
A que ninguém vem falar.
Levas chinelas que batem
No chão com o calcanhar.
Antes quero que me matem
Que ouvir esse som
parar.
Em vez da saia de chita
Tens uma saia melhor.
De qualquer modo és
bonita,
E o bonita é o pior.
Levas uma rosa ao peito
E tens um andar que é
teu...
Antes tivesses o jeito
De amar alguém, que sou
eu.
Teus brincos dançam se
voltas
A cabeça a perguntar.
São como andorinhas
soltas
Que inda não sabem voar. |
Tens uma rosa na
mão.
Não sei se é para me dar.
As rosas que tens na cara,
Essas sabes tu guardar.
Fomos passear na quinta,
Fomos à quinta em passeio.
Não há nada que eu não sinta
Que me não faça um enleio.
Os alcatruzes da nora
Andam sempre a dar e dar,
É para dentro e pra fora
E não sabem acabar.
Ó minha menina loura,
Ó minha loura menina,
Dize a quem te vê agora
Que já foste pequenina ...
Tens um livro que não lês,
Tens uma flor que desfolhas;
Tens um coração aos pés
E para ele não olhas.
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