As horas
pela alameda
As horas pela alameda
Arrastam vestes de seda,
Vestes de
seda sonhada
Pela alameda alongada
Sob o
azular do luar...
E ouve-se no ar a expirar -
A expirar
mas nunca expira -
Uma flauta que delira,
Que é mais
a idéia de ouvi-la
Que ouvi-la quase tranqüila
Pelo ar a
ondear e a ir...
Silêncio a tremeluzir...
Fernando Pessoa
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