Descem a encosta dos
montes
As águas frias,
barrentas,
Resultantes das
tormentas
Que assolam suas
fontes…
Assim também os meus
sonhos
Resvalam pelas
vertentes
De lutas
intermitentes
Em ingratos
horizontes…
As
águas dos temporais,
Limpas, cíclicas,
retornam
E a natureza
transformam
Em fascinantes
caudais…
Mas meus ciclos de
bonança
Relutam em retornar
E novas chances me
dar
De ver os sonhos
reais…
Se a
água pura, em
descida,
Fertiliza a
natureza,
Sacraliza com beleza
A união que gera a
vida,
Nos ciclos de meu
viver
Dissolvem-se as
esperanças
Mescladas com as
lembranças
De cada ilusão
perdida…