Em
horas inda louras, lindas
Clorindas e Belindas,
brandas,
Brincam no tempo das
berlindas,
As vindas vendo das
varandas,
De onde ouvem vir a rir as
vindas
Fitam a fio as frias bandas.
Mas em torno à tarde se
entorna
A atordoar o ar que arde
Que a eterna tarde já não
torna!
E o tom de atoarda todo o
alarde
Do adornado ardor transtorna
No ar de torpor da tarda
tarde.
E há
nevoentos desencantos
Dos encantos dos pensamentos
Nos santos lentos dos
recantos
Dos bentos cantos dos
conventos....
Prantos de intentos, lentos,
tantos
Que encantam os atentos
ventos.
Fernando
Pessoa |