Ela
ia,
tranquila
pastorinha,
Pela
estrada
da
minha
imperfeição.
Segui-a,
como
um
gesto
de
perdão,
O
seu
rebanho,
a
saudade
minha...
"Em
longes
terras
hás
de
ser
rainha
Um
dia
lhe
disseram,
mas
em
vão...
Seu
vulto
perde-se
na
escuridão...
Só
sua
sombra
ante
meus
pés
caminha...
Deus
te
dê
lírios
em
vez
desta
hora,
E em
terras
longe
do
que
eu
hoje
sinto
Serás,
rainha
não,
mas
só
pastora
Só
sempre
a
mesma
pastorinha
a
ir,
E eu
serei
teu
regresso,
esse
indistinto
Abismo
entre
o
meu
sonho
e o
meu
porvir...
Fernando
Pessoa
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