Sendo-te
escravo, que
farei senão
cuidar-te a
tempo e
horas do
desejo?
Não tenho ao
tempo cara
ocupação,
Nem, sem que
o peças, de
servir
ensejo.
E não
censuro a
hora sem ter
fim
Em que as
horas por
ti, senhor,
vigio,
Nem penso a
atroz
ausência,
amargo-a
sim,
Porque a teu
servo deste
um adeus
frio.
Nem ouso
questionar
em meu ciúme
Onde possas
estar e o
que é que
fazes:
Um triste
escravo nada
mais presume
Salvo onde
estás, que a
sorte a
outrem
trazes.
Tão louco é
amor que
quer no teu
Will
(haja o que
houver) nada
pensar de
vil.
(versão de
Vasco Graça
Moura)
---------------------------------
Teu escravo,
que mais
poderei
fazer
Que sempre
responder ao
teu desejo?
Nada me
custa o
tempo
despender,
Nem eu livre
do teu
querer me
vejo.
Nem maldigo
o não-acabar
dest' hora
Em que eu, a
vós
submisso, o
tempo meço
Nem remoo na
amarga
demora
Por vosso
adeus
causada, em
que me
empeço.
Nem
pergunto, no
meu ciúme
imenso
Pelo que te
ocupa nem
onde estás.
Assim,
quieto
escravo, em
nada penso
Mais que na
alegria que
a outros
dás.
Louco o
amor, seja a
tua vontade
Como for,
nunca a
terei por
maldade.
(versão de
Manuel
Anastácio)