Fez-se noite com tal
mistério,
Tão sem rumor, tão devagar,
Que o crepúsculo é como um
luar
Iluminando um cemitério...
Tudo imóvel...
Serenidades...
Que tristeza, nos sonhos
meus!
E quanto choro e quanto
adeus
Neste mar de infelicidades!
Oh! Paisagens minhas de
antanho...
Velhas, velhas... Nem vivem
mais...
- As nuvens passam
desiguais,
Com sonolência de rebanho...
Seres e coisas vão-se
embora...
E, na auréola triste do
luar,
Anda a lua, tão devagar,
Que parece Nossa Senhora
Pelos silêncios a sonhar... |