Amigo
Mesmo que
o sol se ponha
e na deságua das nuvens
sua alma chore tristonha…
Mesmo
vencido, exausto,
quase morto,
privado de qualquer conforto…
Mesmo que
se desfolhe o amor
como se desfolha a flor
murcha e sozinha…
Mesmo que
nada mais tenha
a não ser feridas,
dores e espinhos…
Se plantou
a amizade
na terra de algum coração
e a cultivou pela vida
com ternura e devoção
sempre colherá com fartura
a amizade
e seu amigo lhe estenderá a mão
garantindo o pão,
uma chávena de chá
e uma rede à sombra de um baobá.
Porque
amigo… é a única poupança
que não desvaloriza…
Quando o coração escolhe,
a mão acolhe…
E entre nuvens plúmbeas brilha
um raio de esperança!
©
Carmen Vervloet